Quando Alda, com 34 anos, e Joana, com 29, se cruzaram pela primeira vez em projetos profissionais, estavam longe de imaginar que um dia iriam abandonar os seus empregos e abrir o próprio negócio numa área que as próprias reconhecem que o mercado está "bem abastecido". No entanto, o conhecimento profundo desse mesmo mercado levou-as a identificar uma lacuna: há muita oferta de serviços autónomos, mas não há nenhuma empresa que ofereça um serviço integrado.
E foi assim que da visão de uma arqueóloga e de uma arquiteta nasceu a Lantana, uma empresa de consultoria na área da gestão do património cultural e natural. Desde a ideia à sua implementação, passando pela captação de financiamento até à definição da estratégia de divulgação e animação, nada é deixado ao acaso por estas duas jovens empreendedoras. Tanto trabalham sobre uma capela, uma ponte, um mosteiro, como sobre um miradouro ou um percurso pedestre, mas sempre sob a máxima do desenvolvimento do território.
Volvido um ano sobre a abertura da Lantana, Alda e Joana mostram-se motivadas e garantem que o negócio superou as expectativas iniciais, sendo a empresa já auto-sustentável. O "passa a palavra" tem sido o principal meio de promoção de que têm beneficiado. E isso deixa-as orgulhosas: "São os nosso clientes que trazem outros clientes", salienta Alda. E na sua carteira de clientes já consta, entre outros, a Santa Casa da Misericórdia de Penafiel; o Município de Amarante; a Ordem Terceira de S. Francisco, em Braga; a Fábrica da Igreja de Castro Laboreiro e a Fábrica da Igreja de Santa Marinha da Costa, em Guimarães.
Dos inúmeros projetos assinados por estas duas jovens, o mais desafiante foi o da reabilitação/conservação do Mosteiro de Ermil, em Arcos de Valdevez. Trata-se de uma jóia do património cultural edificado, classificada como Património Nacional, cujo projeto integrado de reabilitação foi assinado pela Lantana, e que contempla não apenas a parte edificada da igreja do Mosteiro, como todo o seu recheio artístico, onde se encontra uma pintura mural do século XVI. "Foi muito trabalhoso, mas deu-nos uma grande satisfação", explica Joana.

Empresa prepara expansão
para as ilhas e para a vizinha Espanha

Para 2014, Alda e Joana têm projetos de expansão da Lantana para as ilhas da Madeira e dos Açores, pretendendo ainda aumentar a carteira de clientes e o número de colaboradores. O que irão manter é a sua presença no IEMinho. A incubadora de empresas foi a primeira escolha para sediar a Lantana e hoje não têm dúvidas: "É uma entidade de excelência na área do empreendedorismo que recomendamos, pois o IEMinho dispensa o empreendedor de muito trabalho, tem uma localização perfeita, oferece condições de acolhimento fabulosas..., aqui partilha-se um sentimento de entre-ajuda", pormenoriza Alda. A estes argumentos junta-se os serviços de consultoria especializada que o IEMinho oferece aos seus incubados, e que a Lantana recebe nas áreas do Marketing, Gestão e Inovação.
A médio/longo prazo, a Lantana vai espreitar oportunidades de negócio no Norte de Espanha.
Para já, e para os mais distraídos, Alda garante: "Em todas as terras de Portugal, em todos os concelhos e aldeias, é possível fazer uma dinamização turística a partir do território".